SERMÃO DE DOMINGO: HORA DE PRESTAR CONTAS


SERMÃO: A PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ALMA
“Presta contas da tua administração, porque já não poderás mais administrar.”
— Lc 16,2
Chegará a hora — e não tarda — em que o Senhor chamará cada um de nós e dirá: “Alma, vem! É hora de prestar contas da tua vida.”
Oh, meus irmãos, que hora tremenda! Que momento terrível e solene! A hora da morte… a hora em que o tempo se apaga, e a eternidade começa. Quantos vivem neste mundo como se nunca houvesse de morrer! Correm, compram, vendem, planejam, discutem, juntam e se agitam — e não percebem que a cada batida do coração o relógio da eternidade se aproxima do seu toque final.
Sim, o Senhor nos dá o tempo como um tesouro, e cada dia que passa é uma moeda divina que Ele nos confia para comprar o Céu. Mas ai de nós, se, ao chegar o instante final, tivermos gasto esse tesouro com ninharias, vaidades e pecados!

O CHAMADO INEVITÁVEL
Quando o Senhor quiser, Ele dirá simplesmente: “Basta!”
E o corpo gelará… os olhos se apagarão… o coração parará.
Os médicos se calarão, os amigos se dispersarão, e a alma — sozinha! — se levantará diante do seu Criador.
Nesse instante, todas as máscaras cairão.
As desculpas, os disfarces, as aparências… nada mais valerá.
Não haverá advogados, nem justificativas, nem aplausos humanos.
Só a verdade nua e inteira da alma diante de Deus.
Santa Brígida, em suas visões, viu como se dá esse julgamento particular:
assim que a alma se desprende do corpo, é envolvida por uma luz sobrenatural — a luz da Justiça de Deus.
Nessa luz, ela vê toda a sua vida como num espelho claro:
cada pensamento, palavra e ação, desde a infância até o último suspiro.
Tudo o que foi bom brilha como diamante;
mas cada pecado, cada omissão, aparece como uma mancha negra que clama por reparação.
Então, Jesus se aproxima com olhar de amor e de justiça.
Nada escapa aos Seus olhos. Ele não acusa com ira, mas pergunta com dor:
“Alma, o que fizeste das graças que te dei? Onde estão as lágrimas que devias ter derramado?
Que fizeste do tempo, da saúde, das oportunidades de amar e de perdoar?”
E a alma, vendo o Senhor crucificado diante dela, compreende de repente o preço do Sangue derramado por sua salvação — e quão pouco O amou em troca.

O PESO DAS COISAS NÃO RESOLVIDAS
Ah, meus filhos, quantos chegarão a essa hora com as contas desarrumadas!
Contas com Deus, contas com o próximo, contas com a própria consciência.
Quantos terão negócios malfeitos, dívidas não reparadas, calúnias não desfeitas, rancores guardados!
O inimigo do homem é astuto: sussurra sempre “depois… mais tarde… quando tiver tempo.”
Mas o “depois” nunca chega, e de repente chega a morte.
E quando o Senhor disser: “Vem, alma!”, então não haverá mais tempo para nada.
O Cura d’Ars dizia:
“Meus filhos, o demônio não se importa se rezais ou fazeis boas obras, contanto que o façais amanhã.”
Arrumai, pois, hoje as vossas contas!
Perdoai os que vos ofenderam; devolvei o que não é vosso; confessai o que tendes escondido; cortai o pecado pela raiz.
Não deixeis o vosso coração dividido, porque a morte virá como um ladrão — e quem morre como vive, assim permanecerá para sempre.

OS NOVÍSSIMOS DO HOMEM
Depois da morte, meus irmãos, vêm os Novíssimos:
Morte, Juízo, Inferno e Paraíso.
Quatro realidades eternas que ninguém pode evitar.
A alma que amou a Deus, ainda que com fraquezas, encontrará em Jesus um Juiz que é Pai, e no fogo do Purgatório será purificada para o Céu.
Mas a alma que viveu para si mesma, que preferiu o mundo, os prazeres e o pecado, ouvirá a sentença que corta como espada:
“Afasta-te de Mim!”
Santa Brígida viu que, quando a alma é condenada, os anjos se retiram com lágrimas, e os demônios, com gritos de triunfo, a arrastam às trevas — porque ela mesma escolheu esse caminho.
Mas quando a alma é salva, o Céu inteiro resplandece, e o Senhor a acolhe como uma esposa fiel que volta ao lar.

AGORA É O TEMPO
Meus filhos, enquanto temos vida, a misericórdia ainda está aberta!
Hoje é o tempo de acertar as contas. Hoje é o tempo de arrependimento, de confissão, de reconciliação.
Não esperemos a doença, nem a velhice, nem o último instante.
Quem se prepara bem para morrer, vive bem.
Quem vive mal, morre mal — e quem morre mal, está perdido para sempre.
Rezai todos os dias pedindo esta graça:
“Senhor, que eu morra em Vossa amizade, com as contas em ordem, e com a alma pura diante de Vós.”
E se o Senhor vos chamar esta noite, possais dizer com paz, como o servo fiel do Evangelho:
“Senhor, prestai contas, e achareis que tudo Vos pertence.”

Vamos, pois, meus irmãos, arrumar as nossas contas com Deus.
Façamos a confissão, perdoemos, reparemos, rezemos.
Porque quando o Senhor disser:
“Alma, vem!” —
já não haverá mais tempo para nada,
somente para o Juízo.
E que a Santíssima Virgem Maria, advogada das almas no instante derradeiro,
nos alcance a graça de sermos encontrados fiéis, quando chegar a hora da prestação de contas.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo,
para sempre seja louvado.

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Prof. Emílio Carlos

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