As Quaresmas de São Francisco de Assis

 


As Quaresmas de São Francisco de Assis

São Francisco de Assis viveu sua vida como uma longa e contínua Quaresma.
Não se contentava com o único tempo penitencial oficial da Igreja antes da Páscoa, mas multiplicava períodos de jejum, recolhimento e oração, que chamava de “quaresmas”.
Eram verdadeiros retiros espirituais — momentos em que ele se afastava do convívio com os irmãos e se refugiava em eremitérios ou montes, buscando o silêncio onde pudesse escutar a voz de Deus.
Essas quaresmas marcavam os ritmos do seu ano espiritual e o mantinham unido a Cristo pobre e crucificado.
Tomás de Celano e São Boaventura testemunham que ele observava várias quaresmas durante o ano, cada uma com sua intenção particular.

As cinco Quaresmas de São Francisco 

1. A Quaresma da Igreja (antes da Páscoa)
Era o tempo sagrado por excelência, que toda a Igreja vivia em preparação para a Ressurreição do Senhor.
Francisco o observava com um fervor singular: retirava-se, jejuava a pão e água, passava longas noites em oração e chorava pelos pecados do mundo.
Seu coração ardia de amor pela Paixão de Cristo, e dizia que o cristão devia “chorar com Aquele que por amor chorou por nós”.

 2. A Quaresma em preparação à festa dos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de junho)
Francisco tinha imenso respeito pelos Apóstolos e profundo amor pela Igreja.
Antes da festa de São Pedro e São Paulo, fazia jejum e oração pedindo a graça da fidelidade à fé e à Igreja Romana.
Chamava o Papa de “meu senhor” e dizia que quem quisesse servir a Cristo devia permanecer unido a Pedro.
Nessa quaresma, meditava sobre a obediência e a missão apostólica.

 3. A Quaresma em preparação à Assunção de Nossa Senhora (15 de agosto)
Era um tempo de consagração mariana. Francisco chamava a Virgem de “Advogada da Ordem” e “Rainha dos anjos”.
Em preparação à Assunção, fazia penitência e recitava louvores à Mãe de Deus, pedindo-lhe pureza e humildade.
É um modelo para os fiéis que desejam preparar-se espiritualmente para as grandes festas marianas com jejum e oração.

 4. A Quaresma de São Miguel Arcanjo (de 15 de agosto a 29 de setembro)
Foi a mais importante e famosa de suas práticas.
Entre a Assunção e a festa de São Miguel, Francisco vivia 40 dias de jejum rigoroso, orações e vigílias.
Tinha grande devoção aos santos anjos e a São Miguel, a quem chamava de Príncipe das Milícias celestes.
Pedia sua proteção para si e para toda a Igreja.
Durante essa quaresma, no Monte Alverne, em 1224, São Francisco recebeu os sagrados estigmas, tornando-se a viva imagem de Cristo Crucificado.
Foi o ápice de sua união mística com o Senhor.

 5. A Quaresma do Natal (as quatro semanas antes da Natividade do Senhor)
Menos conhecida, mas cheia de ternura espiritual, era a “quaresma” que Francisco vivia nas semanas que precediam o Natal.
Para ele, esse tempo era de pobreza, pureza e adoração — queria preparar-se para receber o Menino Jesus no coração como Maria e José o acolheram em Belém.
Em muitos anos, retirava-se nesse período em jejum e silêncio. Foi dessa espiritualidade natalina que nasceu, mais tarde, sua devoção ao Presépio, que ele mesmo encenou em Greccio, em 1223.
Francisco dizia que queria “ver com os próprios olhos” a humildade de Deus feito criança, e convidava todos a preparar o coração como um presépio vivo.
Sentido espiritual das Quaresmas franciscanas
Essas cinco quaresmas mostram que a vida cristã é um caminho constante de conversão.
Francisco compreendeu que não basta uma penitência anual: é preciso manter o coração vigilante, alternando a ação e a contemplação.
Cada “quaresma” era para ele uma escola de amor a Cristo — ora contemplando o Crucificado, ora servindo-O nos pobres, ora adorando-O como Menino Deus.

Exemplo para a Igreja Doméstica
As famílias podem inspirar-se nessas práticas e criar pequenos retiros ao longo do ano:
    • jejuar às sextas-feiras,
    • reservar um dia de silêncio em família,
    • preparar-se espiritualmente para as grandes festas litúrgicas,
    • oferecer sacrifícios pela conversão dos filhos e do mundo.
Assim, cada lar se transforma em um pequeno eremitério onde o Espírito Santo habita.

Oração
“Senhor Jesus Cristo, que inflamastes São Francisco em amor tão puro que ele transformou todo o ano em Quaresma, ensinai-nos a buscar o silêncio, a penitência e a oração em nossas famílias.
São Francisco, rogai por nós, para que façamos de cada tempo um caminho de conversão e de amor. Amém.”

Meditação para o dia
“Comecemos, irmãos, pois até agora pouco ou nada fizemos.” – São Francisco de Assis
Cada novo dia é uma oportunidade de conversão. A Quaresma franciscana é o tempo interior em que o coração se refaz no amor de Cristo.

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