A Doutrina Católica sobre a Pílula Anticoncepcional e os Métodos Naturais
Vivemos num tempo em que muitos casais católicos, diante de dificuldades ou pressões do mundo moderno, se perguntam:
“É permitido usar a pílula?”
“Que métodos a Igreja aceita para espaçar os filhos?”
A resposta da Igreja, fiel à lei natural e à revelação divina, é clara desde sempre. Nosso Senhor instituiu o matrimônio com dois fins inseparáveis: o amor dos esposos e a geração da vida. Toda prática que separa esses dois fins é contrária à vontade de Deus. Vamos entender com clareza e caridade o que a Igreja ensina, sem compromissos com o mundo, mas com fidelidade ao Evangelho da vida.
O que é a pílula anticoncepcional?
A pílula anticoncepcional é um medicamento hormonal que impede a ovulação da mulher e altera o ambiente do útero e do colo do útero para dificultar a fecundação e a implantação do embrião.
Ela atua de três formas:
1. Impedindo a liberação do óvulo (ovulação);
2. Tornando o muco cervical hostil aos espermatozoides;
3. Tornando o útero inóspito à vida, caso um óvulo seja fecundado.
Seu objetivo direto é evitar a gravidez mesmo havendo ato conjugal completo — o que a Igreja considera uma grave ofensa à ordem moral e à santidade do matrimônio.
Por que a Igreja proíbe a pílula e outros contraceptivos?
A Igreja sempre ensinou, com autoridade divinamente assistida, que qualquer ato que intencionalmente frustre a abertura à vida no matrimônio é um pecado grave.
Ensinos da Sã Doutrina
• Papa Pio XI, em Casti Connubii (1930):
“Qualquer uso do matrimônio exercido de tal modo que o ato seja deliberadamente frustrado em sua natural força de gerar vida é uma ofensa grave contra a lei natural e divina.”
• Papa Paulo VI, em Humanae Vitae (1968):
“É intrinsecamente desonesta qualquer ação que [...] se proponha tornar impossível a procriação.”
• Papa Bento XVI, seguindo a tradição da Igreja, reafirmou que a contracepção separa os dois sentidos do ato conjugal — unitivo e procriativo — e, por isso, fere a dignidade humana e o plano de Deus.
É pecado mortal?
Sim. Quando um casal, com plena consciência e liberdade, usa a pílula ou qualquer método anticoncepcional com o objetivo de impedir a vida, comete pecado mortal.
Para ser perdoado, é necessário:
• Confissão sacramental válida;
• Arrependimento sincero;
• Propósito de abandonar o pecado e não usá-lo mais.
Mas e se for por motivo de saúde?
A Igreja reconhece que a pílula pode ser usada como tratamento médico, por exemplo, para certas doenças ginecológicas, desde que o efeito contraceptivo não seja o objetivo nem o meio pretendido.
Essa tolerância moral se baseia no princípio do duplo efeito, mas exige:
• Uma doença real, diagnosticada;
• Intenção de tratar a doença, não evitar filhos;
• Preferência pela continência conjugal durante o tratamento, quando possível.
O que a Igreja permite: os métodos naturais
A Igreja não condena a prudência, mas o egoísmo e a rebelião contra a vida. Por isso, ensina que, em certas situações justas e graves, os casais podem usar os métodos naturais de regulação da natalidade, desde que respeitem a natureza do ato conjugal.
O que são?
São métodos que ajudam o casal a reconhecer os períodos férteis e inférteis da mulher, para se absterem das relações nos dias férteis, quando houver uma razão proporcional para adiar uma gravidez.
Principais métodos naturais:
1. Método do Calendário (ou da Tabelinha):
Baseado na regularidade do ciclo menstrual. Pouco confiável sozinho.
2. Método Billings:
Observação do muco cervical — clara de ovo indica fertilidade. Simples e confiável.
3. Método da Temperatura Basal:
A mulher mede a temperatura toda manhã. Após a ovulação, a temperatura sobe.
4. Método Sintotérmico:
Combina muco, temperatura e outros sinais. É o mais preciso e indicado.
Quando é lícito usar os métodos naturais?
Segundo Humanae Vitae, os esposos podem usá-los com retidão de consciência em casos como:
• Saúde frágil da mãe;
• Dificuldades econômicas sérias;
• Gravidez recente ainda em recuperação;
• Problemas psicológicos ou sociais graves.
Nunca se deve usar métodos naturais com mentalidade contraceptiva!
Abster-se para evitar filhos por egoísmo, medo ou simples comodismo também é pecado.
Conclusão:
O matrimônio é uma vocação sagrada ao amor fecundo. A Igreja, como Mãe e Mestra, não impõe uma lei fria, mas defende a dignidade do amor humano, unida à sabedoria do Criador.
“Todo ato conjugal, em si mesmo, deve estar aberto à transmissão da vida.” (Humanae Vitae, n. 11)
• Usar a pílula para evitar filhos: pecado mortal.
• Usar métodos naturais com causa justa: moralmente lícito.
• Fechar-se à vida por comodidade: ofensa grave ao plano de Deus.
Que os casais católicos se deixem formar, examinem sua consciência e, com a graça de Deus, vivam o matrimônio como verdadeiro caminho de santidade.
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