SERMÃO DE DOMINGO - Vaidade das vaidades - Prof. Emílio Carlos

 


“Vaidade das vaidades: tudo é vaidade” 

    “Empreendi grandes obras, edifiquei casas... fiz hortos e jardins... amontoei prata e ouro... Nada neguei aos meus olhos do que pediam... Mas quando considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos... vi que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que debaixo do sol nada há de duradouro.”
    (cf. Eclesiastes 2, 3-11)

Vivemos em tempos nos quais tudo nos convida a correr atrás do vento: conquistas materiais, reputações digitais, elogios dos homens, experiências passageiras disfarçadas de felicidade duradoura. A alma é diariamente cercada de vaidades que prometem descanso, mas que logo se mostram poeira. O sábio Eclesiastes passou por tudo isso antes de nós. Bebeu, construiu, adquiriu riquezas, deixou sua marca no mundo — e ao final, viu o vazio: “vi que tudo era vaidade e aflição de espírito”.

Este lamento és um alerta celestial. Deus nos deu a vida terrena como caminho, não como fim. As alegrias do mundo, se não forem iluminadas pela eternidade, tornam-se engano. O homem que vive para o mundo é como alguém que adorna um navio que afunda.

A imagem de um rei morto, coroado, assentado em trono de ouro diante de um palácio em ruínas — e ao fundo um camponês ajoelhado em oração — nos confronta com a verdade eterna: a glória humana morre com o corpo, mas a alma que ama a Deus vive para sempre.

O rei teve tudo. O camponês nada teve — exceto fé. E no juízo de Deus, quem terá ganho?

As casas que construímos, as honras que buscamos, os bens que acumulamos, tudo será levado pelo tempo. “Tudo passa”, diz a tradição. Nada permanecerá, exceto aquilo que tiver sido feito por amor de Deus. Só a caridade permanece. Só a alma salva tem valor.

Você, fiel da Igreja Doméstica, escolhido por Deus para viver neste tempo de confusão e apostasia, precisa tomar uma decisão radical e diária: viver para o que é eterno ou para o que passa.

    Que importância tem a decoração da sua casa se nela não se reza?

    Que valor têm as heranças que deixará aos filhos se não lhes transmitir a fé?

    Que glória tem o sucesso neste mundo se custar a sua alma?

Nada disso será lembrado no Dia do Juízo. Mas as lágrimas derramadas em oração, os sacrifícios oferecidos em segredo, os pecados vencidos com esforço, tudo isso será coroado por Cristo.

São Francisco de Assis, que trocou tudo por Cristo, dizia: “O que o homem é diante de Deus, isso é, e nada mais.”
É esse espírito que deve habitar na Igreja Doméstica. Educar os filhos para o Céu, consagrar o tempo à oração, fugir da vaidade, lembrar-se da morte. Não como medo, mas como sabedoria. Saber que tudo passa nos livra da escravidão das aparências e nos liberta para amar a Deus com coração indiviso.

O Eclesiastes viu com os olhos do corpo e do espírito o engano do mundo. A voz que sai das ruínas do seu palácio ecoa até hoje: “Vaidade das vaidades: tudo é vaidade”.
Que sua casa não seja um palácio em ruínas, mas um lar santo onde Deus é amado e servido. Viva de tal modo que, ao fim da vida, não diga “tudo foi vão”, mas “tudo foi para Deus”.

    “Não ameis o mundo, nem as coisas que estão no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo — concupiscência da carne, concupiscência dos olhos, soberba da vida — não vem do Pai, mas do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”
    (1Jo 2,15-17)

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Prof. Emílio Carlos

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