Desde Orígenes e Tertuliano, encontramos nos Santos Padres a prova de que a crença do purgatório sempre existiu na Igreja, desde os tempos primitivos. As inscrições das catacumbas demonstram que oravam os primeiros cristãos pelos mortos. Tertuliano exorta uma viúva cristã a conservar pelo falecido esposo a mesma ternura, rezando por ele.
Perguntaram a São João Crisóstomo o que era preciso fazer pelos defuntos. Respondeu ele:
- É preciso ajudá-los com ardentes súplicas e especialmente com a prece litúrgica por excelência, o Santo Sacrifício da Missa.
Santo Ambrósio diz o mesmo, escrevendo a Faustino:
- Chorai menos e rezai mais. Derramais lágrimas, isto é permitido, mas não deixeis de recomendar ao Senhor a irmã querida que vos deixou.
Diversos Padres da Igreja afirmam claramente o que a Escritura e a tradição demonstram: a existência do purgatório.
Em Cartago, São Cipriano, no século terceiro, fala do sufrágio dos mortos que ele recebera da tradição dos seus predecessores.
Santo Agostinho louva a Parchius porque em vez de rosas, lírios e violetas sobre os túmulos, derrama o perfume da esmola sobre as cinzas dos mortos queridos. E diz mais claramente, num sermão aos seus diocesanos de Hipona:
- Não há dúvida que as orações da Igreja e o sacrifício salutar e as esmolas dos fiéis ajudam os defuntos a serem tratados mais docemente do que mereciam os seus pecados.
O que aprendemos de nossos pais, diz o Santo Doutor, e o que a Igreja Universal observa, é fazer memória no sacrifício dos que morreram na Comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo, e rezar e oferecer por eles o Sacrifício. Pede orações no santo altar pela alma de Mônica, sua mãe.
Recomendemos a Deus, diz São Gregório Nazianzeno, as almas dos fiéis que chegaram antes de nós ao lugar do repouso.
São Cirilo escreve:
- Não é por lágrimas que se socorre um defunto, mas pelas orações e as esmolas. Não deixeis de assistir os mortos, rezando por eles.
E muitos outros Padres da Igreja afirmaram claramente a existência do purgatório e a eficácia dos nossos sufrágios. Agora, vejamos a autoridade dos Concílios.
Inúmeras assembleias provinciais e ecumênicas afirmaram o dogma do purgatório e recomendaram os sufrágios e orações pelas almas. Assim os Concílios provinciais de Cartago — ano 312 — Canon 29 — o de Orleans em 533 — Canon 14 — o de Praga em 563 — Canon 34 — Chalons sur Saône em 580 e os Concílios ecumênicos de Latrão, Florença e sobretudo o Concílio de Trento não definiu a natureza apenas do purgatório, mas afirmou os pontos essenciais do dogma da seguinte forma:
Como a Igreja Católica de conformidade com a Sagrada Escritura e a antiga tradição dos Padres ensinou nos Concílios anteriores e no presente sínodo universal que existe um lugar de expiação, e que as almas ali encerradas podem ser aliviadas pelos sufrágios dos fiéis e principalmente pelo Sacrifício do Altar, o Santo Concílio ordena aos bispos que tomem cuidado para que uma pura doutrina no que respeita ao purgatório, conforme a tradição dos Santos Padres e dos Concílios, seja acreditada e sustentada por todos os que pertencem à Igreja e seja ensinada e pregada em toda parte. As questões difíceis e árduas neste ponto que não poderiam servir para a edificação e nem favorecer a piedade, devem ser evitadas nas exortações ao povo. É mister também evitar a exposição de opiniões incertas e com aparência de erro. E definindo, conclui: se alguém disser que a graça da Justificação, a culpa e a pena eternas são de tal modo perdoadas ao penitente, que não resta pena temporal a sofrer neste mundo e no outro no purgatório antes de entrar no reino do céu, seja anátema*.
(* excomungado, fora da comunhão da Igreja)
Que se conclui então? Há só dois pontos, perfeita e claramente definidos, e que somos obrigados a crer:
1) Existe um lugar de purificação temporária para as almas justificadas que saem desta vida sem completa penitência dos seus pecados.
2) Os sufrágios dos fiéis e especialmente o Santo Sacrifício da Missa são úteis às almas.
Eis aí, em síntese, a consoladora doutrina da Igreja sobre o dogma* do Purgatório.
(*dogma = Ponto fundamental da doutrina católica que é indiscutível, inquestionável. O católico é obrigado a aceitar e acreditar em todos os dogmas definidos pela Santa Igreja. Se negar um dogma está excomungado)
Rezemos todos os dias pelas Almas do Purgatório!
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Na
Paróquia Sagrada Face de Tours rezamos o Terço das Almas do Purgatório
toda 2ª feira. Esse Terço pode ser rezado todos os dias.
Para
receber indulgência por uma Alma do Purgatório – ou pelas Almas
abandonadas - faça uma visita ao cemitério em qualquer dia da semana.
Reze
1 Ave Maria, 1 Pai Nosso e 1 Glória pelas Almas; e depois reze 1 Ave
Maria, 1 Pai Nosso e 1 Glória nas intenções do Santo Padre, São Bento
XVI.
Acesse o link e reze com a gente:
https://youtu.be/Bx7IH7GONCc
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